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mar

Deputados Federais debateram a Reforma da Previdência em São Bento do Sul

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Os deputados Federais Pedro Uczai (PT) e Giovânia de Sá (PSDB) participaram nesta sexta-feira, 3, do debate sobre a Reforma da Previdência organizado pelo Fórum Sindical de São Bento do Sul e Rio Negrinho. Apesar de PT e PSDB serem partidos completamente opostos, os dois deputados garantiram aos sindicalistas que não aceitam a reforma como está sendo proposta na PEC 287 e se comprometeram em defender os interesses dos trabalhadores. O evento aconteceu no Sindicato Ceramista de São Bento do Sul.

 

O debate contou com a presença de 9 sindicatos da região que compõe o Fórum Sindical. Também participaram presidentes e diretores de mais de 20 sindicatos do estado, de Federações dos Servidores Públicos, Construção Civil e das Indústrias de Santa Catarina, além de representantes das Confederações da Construção e dos Servidores Públicos do Brasil.

 

O Presidente da Nova Central Sindical, Altamiro Perdoná, disse que é necessária a cobrança dos deputados e senadores, pois são eles que vão votar lá em Brasília e decidir o futuro dos trabalhadores.

 

Previdência Social Quebrada?

 

O advogado especialista em direto previdenciário, Matusalém dos Santos, foi convidado para esclarecer a parte técnica da reforma. Matusalém acredita que o governo está se aproveitando de um momento crítico da economia e criando uma grande mentira ao dizer que a previdência está quebrada. “Este bolo de dinheiro arrecadado hoje, paga todas as despesas de saúde, assistência social e previdência e sobra muito dinheiro”, avaliou.

 

Segundo ele, no passado sobrava muito dinheiro, mas sobrava tanto dinheiro da previdência que o governo chegou a usar para construir a ponte Rio-Niterói e a rodovia Transamazônica.

 

Na constituição de 1988 foi proibido o uso desses recursos em obras. “Mas em 1998 foi criado um mecanismo chamado DRU – Desvinculação das Receitas União, que retira 30% dos recursos da previdência social para utilizar em outras áreas, de livre escolha do governo. O trabalhador precisa saber que da sua contribuição social 30% é utilizada pelo governo para pagamento de juros  ou outras funções, aí é claro que com apenas 70%da receita não sobra para pagar as aposentadorias”, concluiu Matusalém.

 

O economista do Departamento Intersindical de Estudos Sócio Econômicos (DIEESE), José Álvaro, falou que nunca viu um momento tão complexo na economia brasileira como o atual, ao longo dos seus 28 anos de trabalho no Dieese. “Este é o momento mais difícil para a classe trabalhadora nos últimos 50 anos”, acredita.

 

 

PSDB é Base do Governo Federal, mas deputada é contra a reforma

 

A deputada Federal Giovânia de Sá (PSDB) afirmou que seu partido faz parte da base do Governo Federal, mas que ela é contra a PEC 287 e a favor do trabalhador.

 

Ela exemplificou que quando fazemos a reforma da nossa casa, queremos reformar para melhor, para quem mora na casa se sinta confortável, se sinta bem. “Agora que vamos reformar a previdência do trabalhador, vamos reformar para pior? Não é possível aceitar, nós não podemos retroceder direitos. Mulheres trabalhando até 65 anos? Uma aposentadoria integral com 49 anos de contribuição? Será que as indústrias, por exemplo, a Oxford aqui de vocês, está preparada para contratar funcionários com 60 anos ou mais? Eles vão querer trabalhadores mais jovens, com mais energia”, avaliou a deputada.

 

 

Trabalhador vai ter que contribuir por 49 anos

 

O deputado Pedro Uczai (PT) abordou os diversos pontos da reforma da previdência que prejudicam os trabalhadores. Ele informou que a média do brasileiro é de 7,5 anos sem registro em carteira ou desempregado ao longo da vida. “Se você começar a trabalhar com 18 anos, contribuir por 49 anos, estará se aposentando com 67 anos. Mas temos que lembrar que, na média, os trabalhadores brasileiros ficam 7 anos e meio desempregados ou sem registro em carteira. Isto é, o trabalhador vai se aposentar com mais de 74 anos e isso é um absurdo”, comparou.

 

Para Pedro Uczai este é o melhor e o pior momento, ao mesmo tempo, para os sindicalistas. “Agora a cobra vai fumar, e é agora que veremos quem vai à luta e quem dos sindicalistas vai se calar e aceitar. A responsabilidade da luta pelos trabalhadores é do movimento sindical. Ou nós vamos para a rua, ou nossos netos vão perguntar no futuro o que vocês dirigentes sindicais fizeram em 2017, que deixam destruir a previdência social”, disse Pedro Uczai.

 

 

Deputado Mauro Mariani

 

Convidado a participar do debate, o Deputado Mauro Mariani (PMDB) acabou enviando apenas um representante. O assessor parlamentar do deputado, Dionei Walter da Silva, disse que participaria como ouvinte e levaria as reivindicações para análise do deputado Mariani. Contudo, não deixou tão clara à posição do seu deputado quanto a PEC 287. “Queria parabenizar a organização. Vemos a participação de todas as centrais sindicais e quero dizer que o Deputado Mauro está aberto às discussões. O fato dele ser do PMDB, que é base do governo, não quer dizer que ele vai necessariamente dizer amém a essa proposta”, disse Dionei.

 

Fonte:

Eduardo Wielewski

Assessor de Imprensa

Jornalista JP 3905-SC

DC Assessoria de Imprensa e Comunicação

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